Entre a política e o desejo, a primeira temporada de Young Royals é como um Romeu e Julieta contemporâneo.
Texto originalmente publicado no Instagram em 21/07/2021, com alteração no título da crítica.
Uma joia poderosa escondida em meio a sementes podres (título original).
Aqueles que me conhecem sabem que não sou fã de séries adolescentes (as famosas séries teen). No cinema, eu até tolero e assisto – afinal, só uma hora e pouco -, mas não invisto tempo em séries desse tipo. Na maior parte das vezes, não as assisto por julga-las fúteis e clichês. Mas sempre existem as exceções, como é o caso da sueca “Young Royals”.
No caso, a série em questão não é uma exceção para mim por eu tê-la assistido, mas sim pela forma como ela conduz sua narrativa, desenvolve seus personagens e passa suas mensagens. Apesar de uma premissa um tanto genérica e comum, e um piloto muito bom, mas não surpreendente, o grande destaque de “Young Royals” está na naturalidade empregada nas situações propostas e nos excelentes personagens.
Evidentemente, o arco central da série refere-se a um relacionamento homossexual “proibido”. Nada de novo nisso, com certeza. Apesar de muito retrato em séries, os relacionamentos LGBT+ são, muitas vezes, construídos pelos roteiros com polêmicas, discursos e, ainda assim, com certo estranhamento por parte da própria produção. Aqui, não há isso. O relacionamento é como qualquer outro. É quase um “Romeu e Julieta” ainda mais complexo. Mas ainda assim é só um relacionamento.
Muito dessa naturalidade, para além de um excelente roteiro e direção, se deve também aos atores que o protagonizam, Edvin Ryding e Omar Rudberg. Para além da dupla, o vilão da série, Algust, é outro ponto alto. Muito bem aprofundado, ele não é só mais um personagem malvado qualquer. Ele tem sentimentos, pensamentos, felicidades, prazeres e angústias. Ele é um ser humano, e faz aquilo que seres humanos costumam fazer. Como se não bastasse sua complexidade, seu intérprete, Malte Gårdinger, com seu carisma o torna ainda mais interessante, ao ponto de simpatizarmos e até nos preocuparmos e nos identificarmos com ele também.
Se você procura cenas picantes, lugar errado. Mas se você procura uma série honesta, realista, envolvente, reflexiva, com poucos problemas, e personagens e um elenco excelente, “Young Royals” é o seu lugar.
Avaliação: 4.5/5
Young Royals – 1ª Temporada (Idem, 2021)
Criação: Lisa Ambjörn, Lars Beckung e Camilla Holter
Gênero: Romance, Drama
Origem: Suécia
Duração: 6 episódios, com 40 minutos em média cada
Disponível: Netflix
Sinopse: Longe das obrigações da realeza, um príncipe ganha a oportunidade de explorar a própria identidade – até inesperada se tornar o próximo na linha de sucessão.
Link da publicação original: https://www.instagram.com/p/CRmobI-Np5f/?img_index=5
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