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Foto do escritorHenrique Debski

CRÍTICA | Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo, de Zack Snyder (Rebel Moon - Part One: A Child of Fire, 2023)

A nova franquia do “visionário” Zack Snyder, em um universo anêmico: sem alma, originalidade ou carisma.



Quando pensamos em “Rebel Moon” como o projeto dos sonhos de Zack Snyder, a primeira reação é se perguntar a razão para um resultado tão anêmico.

 

Mas não é uma pergunta tão difícil de ser respondida. Basta observar a carreira do cineasta e pontuar seus vícios. Apesar de em muitos de seus filmes Snyder conseguir controlar, ou ao menos aproveitar sua megalomania em favor da narrativa, “Rebel Moon – Parte 1” sofre com a pressa na construção de um universo sem personalidade.

 

Originalmente concebido como um roteiro para “Star Wars”, o texto nunca foi aprovado para integrar o universo em questão, e agora foi reaproveitado para o início de uma nova franquia. No entanto, além da falta de originalidade (que muito nos remete a um episódio IV daquela, porém enfraquecido), essa readaptação claramente se limitou a mera mudança dos nomes.

 

Se por si só o conteúdo escrito já não era chamativo o suficiente para o início de uma nova trilogia, esta Parte 1 sofre com a falta de carisma e personagens interessantes, somado, também, à falta de um universo com um mínimo de desenvolvimento.

 

Esse certamente não seria um problema se integrado à realidade de “Star Wars”, da qual já conheceríamos a partir de outros filmes e se dispensaria a necessidade de muitas apresentações, apenas expandindo aquele mundo com novos e diferentes planetas, galáxias, povos, e uma reviravolta na escala de poder. Mas “Rebel Moon” é independente, precisa dessa apresentação, feita às pressas, deixando a impressão de um universo genérico, com referências diversas à outras obras, mas sem nada para chamar de seu.

 

Com toda a responsabilidade nas costas de Sofia Boutella, a atriz não parece se encontrar à vontade, com uma personagem inexpressiva, que contracena com um elenco talentoso sem lugar numa narrativa filmada em frente a um fundo verde, cujos complementos gráficos soam demasiadamente artificiais, como todo o restante.

 

Falta muita organicidade nesta primeira parte de “Rebel Moon”. Desde a forma como a narrativa avança, apresentando personagens sem nem lhes dar lugar para falar propriamente, até o uso do CGI, parece que sempre estamos diante de uma versão genérica de outras ficções científicas. Até mesmo as cenas de ação parecem dirigidas sem muita vontade, com uma câmera lenta que, quando mira no épico, acerta somente no piegas.

 

O mais curioso é que o presente filme é um grande estudo dos vícios de Snyder. Se Nolan aproveitou os seus em “Oppenheimer”, e conseguiu polir a maior parte de seus caprichos de forma a enquadrar-se na proposta do filme, Snyder fez o contrário em “Rebel Moon – Parte 1”. Sua mania de grandeza não poderia fazer pior ao universo, ao tentar construir ao grande sem dar conta de aprofundar; e suas inspirações são tão pouco modeladas em torno de algo novo que beiram uma cópia enfraquecida do que já deu certo em outros filmes.

 

E como se não bastasse, ainda teremos um “Snyder Cut” com classificação indicativa para adultos e mais uma hora de filme. Diante de ainda mais esse vício do cineasta, fica a pergunta: por que um corte estendido, sendo “Rebel Moon” um filme para streaming, e com a carta branca dada pela Netflix?

 

Quando termina, com um gancho forçado para a sequência, “Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo” se vende como uma versão B de “Star Wars”, através de um roteiro anêmico, um universo vazio, uma total falta de carisma (coisa que até “Quantumania” possui) e um ar de genérico do começo ao fim, sem empolgar para qualquer continuação.


Avaliação: 1.5/5


Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo (Rebel Moon - Part One: A Child of Fire, 2023)

Direção: Zack Snyder

Gênero: Ação, Aventura

Origem: EUA

Duração: 133 minutos (2h13)

Disponível: Netflix


Sinopse: As forças implacáveis do Mundo-Mãe ameaçam um pacato vilarejo agrícola em uma lua distante. Agora, uma misteriosa forasteira torna-se a maior esperança de sobrevivência da comunidade. (Fonte: Google - Adaptado)



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