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Foto do escritorHenrique Debski

CRÍTICA | Lift - Roubo nas Alturas, de F. Gary Gray (Lift, 2024)

Atualizado: 7 de fev.

Um típico original de ação Netflix: sem originalidade, um pontapé inicial para franquia, e, sobretudo, superficial.



No início de mais um ano, o primeiro grande original Netflix. Para um ano em que a empresa anunciou decidir focar em qualidade ao invés de quantidade, parece que já não valeu tanto para este filme, pois “Lift – Roubo nas Alturas” segue exatamente a fórmula genérica de sempre: uma aventura pouco criativa, sem muitos riscos, num roteiro que segue uma cartilha de interesses atuais, com margens para sequências.

 

Para começo de conversa, na tentativa de surfar em assuntos recentes, parece que “Lift” já nasceu datado ao colocar as tão faladas (há dois anos) NFTs como centro de seu prólogo – e parte de sua narrativa futura. Sendo algo que rapidamente caiu no esquecimento, o roteiro de Daniel Kunka parece depender do mínimo conhecimento do espectador sobre o assunto para que justifique seu uso, já que mal consegue explicar seu funcionamento, camuflado pelo linguajar técnico.

 

Superado o mal uso da tecnologia, que se estende para todo o filme, e não se restringe às NFTs, a falha crucial encontra-se na falta de elaboração dos personagens. Claro, o carisma de um elenco composto por Kevin Hart, Vincent D’Onofrio e Úrsula Corberó ajudam na construção, mas não sustentam personalidades tão superficiais, resumidas a meras características, especialmente em um filme cujo foco central está o trabalho em grupo.

 

Sem a sintonia do grupo principal, cuja falta de integração ultrapassa o trabalho de Kunka e atinge a direção de F. Gary Gray, a impressão que fica é a de um elenco que pouco esteve junto, tendo gravado suas cenas em dias e locais separados.

 

E se para os protagonistas a superficialidade impede a aproximação para com o público, Jean Reno é desperdiçado em um antagonista que pouco aparece, e cuja exposição do perigo chega a ser constrangedora (seja pela cena do cachorro ou da notícia na televisão).

 

Se levando a sério demais, existe uma grande dúvida deixada em relação à ideia de Gary Gray na condução de seu projeto, que se inicia pelo roteiro de Kunka. Apesar da ausência de elementos cômicos no texto, a introdução do universo criado neste filme indica elementos de comédia, por seu aspecto inverossímil, vide toda a situação geradora do conflito. Porém, os elementos cômicos são deixados de lado para apostar em uma curta atmosfera de tensão inexistente por toda a previsibilidade da obra.

 

E de fato curta, pois muito tempo é utilizado para explicar e estabelecer um plano de assalto aos espectadores, na intenção de nos deixar por dentro da narrativa. Mas isso logo cai por terra ao se apresentar uma reviravolta que nos revela mais uma parte do plano, não antes mencionada.

 

Assim, as sequências de ação podem ser divertidas, mas acabam rápido demais, assim como toda a trama, cujo desfecho é um banho de água fria.

 

No mais, o que salva “Lift – Roubo nas Alturas” de ser um completo tedio, para além do carisma de um elenco pouco aproveitado, é a relação entre o personagem de Hart com Gugu Mbatha-Raw, num esquema de paixão platônica simplista, mas que rende alguns momentos divertidos.


Avaliação: 2/5


Lift - Roubo nas Alturas (Lift, 2024)

Dirigido por F. Gary Gray

Gênero: Ação, Comédia, Thriller

Origem: EUA

Duração: 107 minutos (1h47)

Disponível: Netflix


Sinopse: Um ladrão profissional e sua equipe tentam fazer um grande assalto: roubar 500 milhões de dólares em barras de ouro de um avião a 40 mil pés de altitude.

(Fonte: Netflix)

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