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Foto do escritorHenrique Debski

CRÍTICA | Hypnotic: Ameaça Invisível, de Robert Rodriguez (Hypnotic, 2023)

Robert Rodriguez brinca de ser Christopher Nolan em uma sátira que se leva a sério demais.



Robert Rodriguez é uma personalidade curiosa. Grande amigo de Tarantino, ambos construíram suas carreiras lado a lado, e sempre dotada de um bom estilo. E o cineasta, enquanto responsável por longas adultos, como “Um Drink no Inferno”, vira e mexe se envolve também em projetos voltados para o público infantil.

 

Como nunca sabemos o que dele esperar, todo filme é sempre uma aventura. E “Hypnotic” é um caso interessante. Temos em mãos um de seus “filmes mais sonhados”, que mais se parece um thriller policial de ficção científica que num momento parece ter saído diretamente dos anos 2000, e no outro parece tanto homenagear quanto satirizar o cinema de Christopher Nolan.

 

Hoje, se pegarmos thrillers policiais dos anos 2000, nos depararemos com diversas obras que giram em torno de jogos de gato e rato, com direito à reviravoltas e um romance de aventura, repletos de perseguições e cenas de ação, e sempre com um toque de romance.

 

“Hypnotic”, durante um bom tempo, exala esse ar, mas com um diferencial: nem sempre sabemos quem é o gato e quem é o rato.

 

Em seu desenrolar, começamos a observar traços de ficção científica, com passagens que, pelo visual empregado pela direção, nos remetem à “A Origem”, inserida dentro de uma narrativa que lembra muito a premissa de “Amnésia” e sua fotografia quente, amarelada, exalando tensão.

 

À medida que o filme avança, somos bombardeados com diálogos expositivos pouco esclarecedores e conceitos que não fazem sentido, dentro de um universo que se esforça, sem sucesso, para não se contrariar.

 

Se levado a sério, de fato tem-se um filme bem ruim. Mas esse é o ponto: Robert Rodriguez deu à luz a uma obra que, no fundo, não quer se levar a sério. Tanto é assim que o próprio diretor, dotado de uma carreira relativamente autoral, copia descaradamente premissas das obras de Nolan e até mesmo de “Cure”, de Kiyoshi Kurosawa, outra grande inspiração, e age como se fosse tal.

 

Mas talvez Rodriguez perca um pouco a mão, especialmente ao não deixar seu tom de sátira tão claro – até porque, em boa parte do tempo, o filme de fato se leva a sério. Mas as reviravoltas e o desenrolar da narrativa indicam a intenção do realizador, e se encarado de modo satírico, pode divertir – e muito! Mas isso depende, também, do espectador, que vai se frustrar, como muito se frustram, ao não comprar essa atmosfera que se leva muito a sério.


Avaliação: 4/5


Hypnotic: Ameaça Invisível (Hypnotic, 2023)

Direção: Robert Rodriguez

Roteiro: Robert Rodriguez e Max Borenstein

Gênero: Ação, Thriller

Origem: EUA, Reino Unido, Canadá

Duração: 93 minutos (1h33)

Disponível: Prime Video


Sinopse: Enquanto busca incansavelmente por sua filha desaparecida, o detetive Danny Rourke se vê envolvido em uma conspiração que desafia a realidade.

(Fonte: IMDB - Adaptado)

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