Robot Dreams é sobre a importância da amizade e de se estar bem acompanhado, em uma das mais belas animações dos últimos anos.
Ao longo de nossa vida, pessoas vem e vão. Conhecemos, ficamos amigos, nos divertimos. Rimos, choramos, cantamos. Mas no fim, tudo tem seu tempo. E o tempo passa. Laços se afrouxam, os caminhos se diferenciam, as pessoas se separam. E, quem sabe, no futuro, os caminhos se cruzem novamente?
“Robot Dreams” é sobre isso: amizade. A partir de uma animação verossímil à sua maneira, o filme dialoga sobre a importância da amizade e do companheirismo para os seres humanos. Claro, somos todos muito diferentes, há quem goste de estar o tempo todo acompanhado, e quem precisa de mais momentos sozinho. Mas, no fundo, todos precisamos de contato e interação com o outro.
E, mais do que nunca, o mundo em que vivemos pode ser muito solitário. As cidades são enormes, os prédios muito altos, e a sensação de estar sozinho grita e ecoa em todo aquele espaço gigante.
Nesse contexto, o filme de Pablo Berger é muito eficaz em trabalhar a solidão e a busca do protagonista por alguém para dividir os momentos da vida. A melancolia da cidade grande é sempre enfatizada com a falta de uma cara-metade ao personagem principal, em planos assimétricos que clamam por uma simetria.
Da mesma forma, os sonhos do robô, algo surreal e completamente normal naquele bonito, mas duramente realista universo fantasioso, enfatizam essa necessidade do protagonista, na medida em que ambos, juntos, são uma possibilidade de se completar. Mas, no entanto, não são a única.
Assim, “Robot Dreams” pode funcionar como uma forma de ensinar para crianças a importância e o valor da amizade, mas dialoga, de fato, com o público adulto, experiente, e que sente na pele, pela vivência, as situações pelas quais passam os personagens na tela. Não é pra doer, mas eventualmente, dói.
Avaliação: 4/5
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