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Foto do escritorHenrique Debski

47º MOSTRA DE SP | Caminhadas Noturnas, de Ryan McKenna (Promenades Nocturnes, 2023)

O mal de Alzheimer representado em uma imersão genérica (e cansativa).



O mal de Alzheimer é uma doença devastadora. A parda da memória talvez seja uma das maiores dores que o ser humano pode sentir, quando passa a deixar de confiar em sua própria cabeça.

 

E a arte, incluindo o cinema, busca a imitação da realidade; representar, de inúmeras maneiras, o que é real, a partir de performances que buscam pela materialização do olhar de seu autor.

 

Nesse contexto, das múltiplas formas pelas quais poderia o Alzheimer ser representado no cinema, Ryan McKenna escolheu a mais óbvia, e a desenvolveu durante uma hora a partir de meros virtuosismos estéticos, com a intenção de fantasiar como opera a mente de alguém afetado pela doença.

 

A ideia de uma narrativa imersiva por si só não é ruim, quando a mesma se apresenta envolta de algum contexto. Da forma como foi pensada, “Caminhadas Noturnas” se estende para além do necessário através em seu emaranhado de confusões propositais, frutos de um organismo adoecido.

 

A estética construída a partir de uma fotografia que aos poucos se transforma em imagens distorcidas e pouco reconhecíveis é interessante até certo ponto, pois se esgota rápido demais frente a falta de inovação do filme no restante do tempo.

 

E essa ausência de criatividade torna a duração de apenas uma hora em algo mais cansativo do que poderia ser. Talvez como um curta ou média-metragem, “Caminhadas Noturnas” funcionasse melhor, mas como longa, pouco há conteúdo ou mesmo ideias para assim se sustentar.


Avaliação: 1.5/5

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